Músicas raras e curiosas do Iron Maiden (PARTE 3)



Terceira parte da série de matérias especiais de Bruno Prado sobre as mais raras e curiosas músicas do Iron Maiden. Para ler as partes anteriores e entender o critério de classificação acesse os seguintes links:
STRANGE WORLD (79' DEMO VERSION FOR SOUNDHOUSE TAPES)
Classificação: 3



Até seu lançamento oficial em 1996 era uma versão extremamente rara e presente apenas na coleção dos fãs mais fiéis. Ela foi gravada na noite de ano novo de 1978 junto com as demais músicas de sua demo, entretanto, como é de conhecimento geral, a banda não tinha dinheiro para pagar pela fita master naquele momento e ficou de retornar em duas semanas para remixar e refazer algumas partes. Sem condições de mante-la, o engenheiro de som Mike Kemp a apagou antes da banda voltar, e o Iron Maiden teve de ficar com as músicas do jeito que estavam.

Prowler, Invasion e Iron Maiden ainda estavam com qualidade aceitável e foram lançadas no EP Soundhouse Tapes em 1979 mas Strange World não. 17 anos depois utilizando técnicas novas de remasterização a banda resolveu inclui-la como b-side no single Virus e em algumas versões da coletânea Best of The Beast.



HALLOWED BE THY NAME (SHORT VERSION)
Classificação: 3



Cortar o final deste clássico dos clássicos, absoluto na paixão dos fãs, poderia até ser considerada uma heresia mas não impediu que isso ocorresse em 1996. A versão simples da coletânea Best of The Beast trouxe um corte mal editado de Hallowed Be Thy Name que a deixou com o tempo de 5m41s. O motivo foi a capacidade dos CDs na época. Demais versões da coletânea possuíam a música original completa.



Depois deste erro tão grotesco a banda não repetiu o feito para as coletâneas seguintes.

FUTUREAL, THE ANGEL AND THE GAMBLER E LIGHTNING STRIKES TWICE (UNMASTERED VERSION)
Classificação: 5



Em 1998 a banda distribuiu o promo An Introduction To Virtual XI para a mídia especializada com o intuito de divulgar seu então novo álbum. Este promo possui três músicas pré-finalizadas faltando apenas a masterização. As diferenças para suas versões finais são apenas questões de qualidade e acabamento. Elas acabaram se tornando raridades e poucos fãs lembram que elas existem.

WRATHCHILD (1999 VERSION)
Classificação: 2



Essa nova versão de Wrathchild distribuída nos promos da época era uma forma de dar boas vindas ao retorno de Bruce Dickinson em 1999. Mas ao contrário do que muitos pensaram a banda não entrou em estúdio para regrava-la como já haviam feito com Prowler e Charlotte The Harlot em 1988.

O processo de criação desta versão se assemelha muito com o da música Remember Tomorrow ao vivo lançada no single The Number Of The Beast de 82. Foram feitos ‘overdubs’ na versão original de Wrathchild para que a voz de Bruce substituísse a de Paul.



Além do promo de mesmo nome ela está presente na versão americana do jogo Ed Hunter como uma faixa escondida.

THE WICKER MAN (RADIO VERSION) E THE WICKER MAN (RADIO EDIT)
Classificação: 4



São frequentemente confundidas como sendo a mesma versão por serem muito parecidas. As diferenças entre sí são apenas as edições de alguns riffs e de parte do solo. “Radio Edit” tem duração de 4:19 e “Radio Version” 4:38. Ambas são exclusivas para as rádios e foram distribuídas no promo The Wicker Man, que não era vendido em lojas.

Suas letras são idênticas mas diferem da versão oficial que seria lançada no álbum Brave New World pouco tempo depois. As frases “Thy Will be Done” e “Don’t Turn Don’t Run” estão adicionadas ao meio e ao final do refrão.





KILLERS (LIVE 23.08.1980 AT THE READING FESTIVAL, UK)
Classificação: 3



A historia por trás dessa música já era conhecida antes de seu lançamento oficial em 2002. Sua letra é completamente diferente da original porque ela ainda não estava finalizada, apesar dos insistentes pedidos de Steve Harris. Paul DiAnno chegou a canta-la improvisando nos palcos por algumas vezes, como neste caso.

Outra versão com letra também diferente pode ser vista no vídeo “Live at the Rainbow” que foi lançado em VHS e também integra o DVD “Early Days”.

Curiosamente mesmo após definir sua letra as mudanças na música nunca parecem ter fim. Em 1988 a banda já tocava uma versão mais curta durante a “7th tour”, e em 1999 na Ed Hunter tour além de encurta-la, Bruce trocava alguns versos do final, o que pode ser confirmado através do VHS Maiden England e do b-side no single The Wicker Man.

Essa versão do Reading Festival é exclusiva da coletânea BBC Archives, item da caixa Eddie’s Archives e além da letra, possui outra peculiaridade: é a única versão oficial de Killers que conta com solos do guitarrista Denis Stratton, já que o mesmo foi substituído no fim do ano de 1980.



Abaixo estão os links para comparação entre a versão original e as outras versões modificadas:
Original (1981): http://youtu.be/rwY3Ftfdy6M
Live at the Rainbow VHS (1980): http://youtu.be/ai0wPXzLXn0

Maiden England VHS (1988): http://youtu.be/JbVZ0JQWoHA
The Wicker Man b-side (1999): http://youtu.be/zFQLt4Ly0sE


NEW FRONTIER, FACE IN THE SAND E AGE OF INNOCENCE... HOW OLD?
Classificação: 1



Nicko McBrain é o personagem central por trás destas três músicas do Dance Of Death.

New Frontier é a única música da banda em toda sua história composta com participação do baterista. Sua letra é sobre a clonagem humana e a ética na ciência, chegando a fazer um paralelo com a história de Frankenstein e o confronto entre o sentimento de culpa e orgulho entre criador e criatura.

Face in The Sand é a única música na qual Nicko declaradamente utilizou um pedal duplo em toda a carreira. Ele é conhecido por recusar-se a utilizar pedais duplos e tocar descalço há mais de 10 anos. No álbum seguinte, A Matter Of Life And Death, Steve tentou persuadi-lo a utilizar pedais duplos novamente, seria na música Lord Of Light. Mas o baterista recusou-se.

“Age of Innocence... How Old?” é a única versão de uma música da banda cantada pelo baterista (não contando faixas que são apenas conversas), mesmo que por brincadeira. Ela foi lançada como faixa escondida no EP No More Lies e tem leve diferença para a versão original sem os mesmos efeitos e equalização.

Confira a entrevista de Nicko McBrain onde ele responde sobre o uso dos pedais duplos (em inglês):
http://www.ironmaiden.com/nicko-answers-your-20-questions.html




Não perca na quarta e última parte da matéria os comentários da “versão orquestrada fantasma”, a introdução sem preço de The Number of the Beast e as raridades digitais.
Abraços e UP THE IRONS!